Diário de Bordo

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domingo, 15 de maio de 2016

Os últimos passeios e a hora de voltar pra casa

É difícil falar em final quando você tá em uma cidade que vem resistindo aos séculos. Mas hoje termina a minha pequena aventura em Roma. Na verdade, na ordem cronológica desse post, só termina na segunda metade, já que vou contar pra vocês a sexta e o sábado de uma vez.

Amanhã (sábado) à noite é a minha vez de fechar as malas, cheias não só com roupas e sapatos, mas cheias de novas experiências, de novas vivências e memórias acumuladas pra uma vida inteira. É estranho pensar que agora eu vi e vivi coisas que muita gente passa a vida sem viver. Louco né? Mas, como eu disse, viagem é um investimento que sempre vale a pena.

Vai ser estranho voltar pra casa e não ter mais essa viagem pra ansiar. Mas, enquanto esse momento não chega, vou levar vocês pra alguns últimos passeios em Roma, começando pelo Museu do Vaticano, a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro.



Essa é a visão da janela do museu do Vaticano


Pode parecer repetitivo, mas as suas aulas de história eram todas verdade, só que elas só te contam um pedaço mínimo do que é o complexo. Então vamos lá...

A entrada do Museu do Vaticano fica antes da praça, bem antes. Você praticamente entra pelos fundos do Vaticano. O Ingresso custa 16€ e você tem duas opções: agendar um horário de visita e pegar uma fila mais rápida pra entrar ou tentar a sorte e ir sem marcar nada, como eu. No meu caso, porém, acabei pegando a fila mais rápida porque "you have problem with your hands". Frase de um dos caras que passam informações na frente da entrada. Nunca usei da minha deficiência (inclusive odeio essa palavra) pra levar vantagem em nada, mas eles me obrigaram a seguir pela fila da direita. Ok, não vamos discutir porque eu já tava muito atrasada mesmo.

Logo na entrada, você passa pelo detector de metais e o raio X, que nem no aeroporto. Vale lembrar que, por ser um local sagrado, o lugar tem algumas regras de vestimenta: você não pode entrar de shorts ou camisas sem mangas, muito menos decotes muito profundos. Ok, nada muito absurdo que já não seja regra em qualquer igreja da cidade.

O próximo passo é comprar o ingresso para os museus (sim, no plural!). Longe de ser um prédio velho, como você imaginaria, você segue a multidão e desemboca em uma área bem moderna, com cara de universidade importante e logo vê os boxes de compra e as lojinhas. Aliás, se você pensa que só os Estados Unidos usam a técnica de lojinha no final dos passeios, o Vaticano tem várias lojinhas DURANTE cada visita.

Mas continuemos... o ingresso custa 16 euros, como eu já havia dito. Mas, para a minha sorte, o atendente olhou pra essa minha cara eterna de 15 anos e pediu uma identificação de estudante. "I don't have one". "It's ok, go ahead". Paguei meia.

A partir daí é só uma questão de seguir o fluxo de pessoas com câmeras apontadas pra todos os lados. O maior problema desse lugar é justamente o que faz dele algo tão fantástico: tudo é tão lindo que dá medo de olhar pra um lado e perder algum detalhe do outro. Sério, acho que nem morando lá dentro uma vida inteira você conseguiria ver tudo.

Aqui as indicações dos museus do complexo


Aí, durante o passeio, você tem duas opções, seguir para a Capela Sistina por um caminho mais direto ou fazer o caminho mais longo e passar por quase todos os outros museus antes. Mas gente, quem é que vem até Roma pra fazer o caminho mais curto??

Se você gosta de museu, o passeio realmente vale a pena. Além da arte sacra, que você já esperaria no Vaticano, você encontra exposições egípcias, gregas, romanas, renascentistas, cerâmicas da síria e da palestina e até arte contemporânea! Acredite se quiser... Mas as esculturas "modernas" dos Papas foi uma das coisas mais bizarras que eu já vi.

Ah, vale dizer que essa é uma visita longa e pode ficar ainda maior, dependendo da sua vontade de ver cada coisa. Como eu disse, são muitos detalhes, então a ideia é tirar um dia inteiro pra visitar o Vaticano, incluindo os museus e a basílica. As salas, por si só são arte que vale a pena ser apreciada. O passeio do Museu do Vaticano é pra quem gosta de coisas bonitas e velhas...



Se vale pela curiosidade, a parte mais legal pra mim são as pinturas mesmo. Primeiro porque o renascentismo sempre foi o meu período preferido, segundo porque ver telas ao vivo, em tamanho real, que eu só via nos livros ou no google é incrível! É bizarramente louco pensar que pintores como Rafael Sanzio, Michelângelo e Da Vinci viveram de verdade e, ali, você tem provas concretas disso.

Acho que bem por isso, ver a "Academia de Platão" ao vivo foi tão impactante. Primeiro porque foge da temática religiosa da maioria das salas, segundo pelos detalhes, pelos traços. Acho que foi um dos quadros que eu me permiti olhar mais. Sempre fui fascinada pelo realismo dos quadros desse período, mas vê-los de perto, em tamanho gigante, torna tudo ainda mais impressionante.

Tive vontade de abraçar todos os meus professores de história, artes e filosofia
da vida inteira vendo esse quadro 

O caminho segue, sempre com as placas direcionando para a Capela Sistina que, convenhamos, é o objetivo de todo mundo ali, mesmo com as distrações pelo meio. Já no corredor, você vê milhares de placas proibindo fotos e vídeos. Sim, é por isso que dificilmente você vai ver no álbum de viagem no seu amigo uma foto da "A Criação de Adão", de Michelângelo, aquela em que Deus e o homem tocam as mãos. Você tem duas opções aqui: acreditar em mim ou vir ver por si mesmo.

É difícil saber pra onde olhar! Tudo é lindo demais!
Eu fiquei no salão por um bom tempo, é tumultuado, mas dá pra conseguir um lugar bom.Não pode fotografar ou filmar, sob a pena de ser expulso da sala (apesar de ter gente que se arrisca), não pode conversar nesse espaço específico também, muito embora o segurança não veja problema em gritar no microfone pra que as pessoas se concentrem no meio do salão e "quiet please". O que eu estranhei muito durante todo o passeio, aliás, é que os corredores deixam os quadros de cabeça pra baixo de quem entra. Se a entrada fosse do lado oposto, seria possível vê-los mais facilmente. Mas, como eu disse, é possível.


Depois da capela, você ainda passa por uma exposição específica da igreja. Desde batinas especiais, cruzes e demais artefatos usados pela igreja ao longo dos séculos. São lindos, de materiais riquíssimos e hiper trabalhados. Todos os hiperlativos são poucos para esse lugar.

Outra coisa legal desse complexo de museus é que você também pode visitar os jardins e relaxar um pouco em algum banco por lá. Algumas áreas até dão vista pra cúpula da Basílica de São Pedro. Lindíssima!

Eu já disse que esse lugar não tem um
ângulo feio?

Fim do descanso, sai do museu. AH! ANTES DISSO! Tem um 'post office' dentro do Vaticano! Você pode mandar um postal lá de dentro! O postal custa 0,50 euro e o selo depende do local que você vai enviar. Claro que eu fiz isso e enviei lá pra casa (custou 2,30 euro para as Américas). Provavelmente vai chegar depois de mim, mas vai ser incrível receber, tendo tão viva na memória esse dia. Mal posso esperar. <3

Próxima parada, a Basílica de São Pedro. Pra falar bem a verdade, meu objetivo maior era repetir uma foto que meu pai tirou na cúpula da basílica, 22 anos atrás. Sim, você pode pagar algo em torno de 6 a 10 euros e subir no topo do Vaticano! Porém... como todos os lugares turísticos, a fila estava gigantesca, mal conseguia ver o final, então desisti da ideia e decidi visitar 'só' a Basílica mesmo, que é de graça.

Uma dica importante: eles estão em todos os lugares, mas desvie dos grupos de turistas e, principalmente, dos grupos de japoneses. Eles fazem questão de ocupar bastante espaço, falar bem alto e parar em todos os mínimos lugares... é irritante. Pensando bem, é quase assim que a gente reconhece os brasileiros aqui também, eles estão sempre falando alto, como se ninguém fosse entender. Mal sabem vocês...

Ah, assim como o Coliseu, esses passeio do Museu do Vaticano e da Basílica também tem os audioguias que você pode alugar para acompanhar as informações ao longo do caminho. Sempre nessa faixa de 6 euros. Vale a pena se você estiver planejando um passeio mais detalhista que o meu.

Na basílica, você já dá de cara com uma ostentação absurda de estátuas e detalhes banhados a ouro. A nave da igreja é imensa e, ao longo dela, várias esculturas em tamanhos gigantescos de antigos papas e santos católicos ocupam as colunas e paredes. É quase assustador passar por ali, porque as esculturas são tão perfeitas que você se sente observado. Não ficaria nada confortável passando por ali sozinha, com certeza. Pra minha sorte, isso é praticamente impossível.

A área mais próxima do altar estava, nesse dia fechada. Aparentemente, aconteceria uma celebração especial naquele dia e muitos padres e freiras já começavam a se acomodar. Você pode ficar e assistir, lógico, mas é mantida, nesse caso, alguma distância.

Essa era a área fechada para a celebração


Outra curiosidade legal é que tem uma parte da basílica reservada para os confessionários. Sim, aquele mesmo que você aprendeu na época da catequese. Só que, na Basílica de São Pedro, eles são divididos por idioma, sinalizado em cima do confessionário. Você pode procurar o português e se confessar lá mesmo (não sem encarar uma fila, provavelmente).

Eu sabia que esse era meu último passeio em um monumento imponente dessa viagem, então, depois de rodar a basílica inteira, sentei um pouco por ali e fiquei só tentando absorver o máximo de detalhes possível do lado de dentro e da praça logo ali. Foi difícil sair da praça São Pedro naquele dia porque caiu a ficha de que, em pouco tempo, eu já vou estar muito longe de novo. Meu medo é ter a sensação de que isso tudo foi um sonho maravilhoso, mas um sonho.

Por isso, faça questão de tirar várias fotos, mas também se permita esquecer os registros tecnológicos um pouco e realmente observe em volta. Muitas vezes, a sua impressão pessoal não sai na foto e é ela que faz a diferença entre a sua experiência e a das milhares de outras pessoas que vem aqui. Se permita construir laços emocionais com os lugares pelos quais você passa e isso vai ficar marcado de um jeito diferente, pode ter certeza.

A noite de sexta-feira, foi, portanto, minha hora de abusar da gastronomia. Lasanha, vinho e um tiramissu de sobremesa. Momento blogueira ostentação, mas, se você pensar bem, tudo isso saiu por 20 euros. (eu já mencionei como é barato aqui? basta saber onde ir) As pessoas dificilmente acreditam, mas dá pra viver tranquilamente com 10 euros por dia.

Partimos do restaurante pra um daqueles pontos que só quem mora aqui poderia saber: uma fábrica de "corneto" (o famoso croissant), que fica aberta 24 horas. Vou deixar você imaginar por um minuto o preço de um dos símbolos da colunária italiana, antes de te dizer que, nesse lugar, custa só...



0,60 euros. Choremos.



Tem corneto com nutela, com creme, com frutas. Ah sim, os italianos comem tudo doce, mas ok porque eles são maravilhosos em criar essas delícias.

Ser feliz custa só 0,60 euro, viu gente


O sábado de manhã, que seria meu último dia em Roma, acabou sendo frustrado por uma chuva. Então me contentei mesmo em fechar as malas e sentar pra escrever esse post.

Não tinha nenhuma pretensão de virar um guia turístico de Roma, mas acho que viagem é uma coisa pra se compartilhar, pra quebrar preconceitos e barreiras e mostrar que não precisa ser rico pra viajar. Mesmo. Ainda pretendo fazer um último post só sobre verdades inconvenientes que ninguém te conta quando você vem pra cá, e espero que da próxima vez que eu falar pros meus amigos "vamo comigo?", não receba uma cara de espanto.

No mais, hora de voltar pra casa. O que não é ruim, já que tudo que é familiar pra gente está lá. Mas vou sentir saudade de Roma, sou muito grata a essa cidade por tudo que eu vi e aprendi aqui. Espero voltar algum dia pra ver se a sensação de "já fiz isso antes" vai se misturar com a sensação de primeira vez que eu tive mesmo vendo e revendo cada coisa nesse lugar.

Também preciso agradecer demais a Ariela, lógico, que me recebeu na casa dela e se desdobrou em mil pra me acompanhar pela cidade nessa última semana. Foi até assistir tênis comigo! Por causa dela, tive a chance de conhecer Roma de um ângulo diferente, pela visão de quem mora aqui e conhece todos os truques pra fugir das armadilhas de turistas. Foi muito legal também ver que a nossa amizade continua a mesma, ainda que já tenha muitos anos que a gente não conviva diariamente. Acho que foi, no geral, uma aventura muito positiva e o coração fica apertadinho de ir embora, sem saber a data de volta, mas, no final, "Rome" sempre vai ter um pouquinho de "home" também.

Arrivederci, Itália. Olá Brasil!


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Via del Corso, Fontana de Trevi e a praça da Audrey Hepburn!

AAAAH, que dia longo!
Amiguinhos, não se enganem, turistar não é fácil, não é simples, não é de boa. Cansa e muito! Especialmente em uma cidade como Roma, onde tudo é relativamente (só relativamente) perto e tudo se faz a pé.

Minha primeira dica é: não tente ser bonitinha e pagar de estilosa, USE UM TÊNIS. Você vai aprender que tem uma boa razão pela qual as italianas fazem isso. Se, ainda assim, você decidir usar uma sapatilha, uma rasteira ou qualquer outra variação (de botas a coturnos): boa sorte. Ontem, como vocês devem ter percebido, foi meu dia de pagar todos os pecados andando por aqui. Meus pés tão sentindo literalmente a grandiosidade da cidade... Ouch.

Mas voltemos ao lado bom do passeio...

Nossa primeira parada foi a Via del Corso, que nada mais é do que uma rua de compras. Você chega de metrô, na estação da Piazza del Popolo. Lojas e mais lojas de todos os tipos. H&M, Zara, Nike, Adidas, Mango, MAC, Kiko, além de milhares de gelaterias e lojas menores. Enfim, tudo o que você imaginar e mais um pouco.

Essa é uma das igrejas, a irmã gêmea tava
fechada. 


Como comprar roupa nunca é meu foco viajando sozinha, foi um passeio mais de curiosidade. Aliás! Assim que descemos da estação, tinha uma quadra de tênis gigantesca (!!!) montada no meio da praça. Sério, eu tento largar o tênis (nunca), mas o tênis também sente saudade de mim. (#voltaforoitalico).

Andando mais a frente, você encontra as "igrejas gêmeas", como são conhecidas as igrejas Santa Maria in Montesanto e Santa Maria del Miracoli, por serem simétricas. As igrejas foram um projeto do papa Alexandre VII, mas só foram terminadas depois do seu papado. Pra minha tristeza, só uma das igrejas estava aberta, enquanto a sua irmã gêmea estava sendo restaurada. Coisas de Roma...

Andar na rua aqui é sempre muito legal, não importa onde você esteja. É muito louco que, no meio de milhares das lojas mais modernas do mundo (embora todas fiquem em prédios históricos lindíssimos), estejam fincadas várias Igrejas pelo caminho. E não são igrejinhas... pelo contrário! Cada construção mais monumental que a outra. 


Essa cidade ostenta igrejas, sério, não deixe
de entrar em nenhuma por achar que não vale
a pena. Sempre vale!


Mais uma vez, essa é uma característica forte de Roma e vale a pena entrar pra ver, pelas pinturas renascentistas nas paredes, pelos detalhes em ouro, pelo simbolismo de cada lugar. A gente ouve muito falar do Vaticano e da Capela Sistina, mas todas as igrejas desse lugar são incrivelmente bonitas.

Mas vamos andando mais para frente. A nossa segunda parada foi o Panteão. Se você achava que só existia um desse na Grécia... pense de novo. O Panteão de Roma foi encomendado por Marco Vipsânio, durante o reinado do Imperador Augusto (r. 27 a.C - 14 d.C) e reconstruído por Adriano (r. 117 - 138), por volta do ano 126. Ou seja, ele já foi reconstruído... mas 126??? COMO esses prédios continuam intactos? Aliás, tão intactos que ainda acontecem missas regularmente no Panteão, ontem inclusive, por isso não conseguimos entrar. Não é a toa que as construções vivem sendo fechadas para restauração em Roma. 

Engraçado, ontem me peguei pensando nisso. Que bom que alguém, há muito tempo atrás, viu o potencial maravilhoso de conservar esses prédios. Já pensou se todos eles tivessem sido demolidos para virar... shoppings, prédios espelhados e estádios de futebol? Meu profundo agradecimento por quem decidiu que era uma boa ideia preservar a história da humanidade. 

Ah, uma dica sobre o Panteão: o prédio é dedicado a todas as divindades do panteão romano, por isso o nome. Pesquisando na internet, eu encontrei essa frase que achei incrível:

"O Panteão conheceu a Roma antiga, medieval, papal, renascentista, até se tornar o protagonista da Roma capital, quando foi escolhido, pelos Reis da Itália unificada, como sacrário do novo reino".
 Aí eu pergunto: qual o prédio mais antigo que você consegue se lembrar?

Mas voltemos a esse. No próximo domingo vai acontecer uma celebração especial de Pentencostes, no Panteão. O prédio é conhecido por ter um círculo aberto no meio da igreja (não deve ser o termo certo, os amigos arquitetos podem me ajudar). Nessa celebração, são jogadas rosas lá de cima e a visão é linda! Infelizmente, eu já vou estar voltando pra casa, mas se você tiver a chance de vir para cá nessa época, já sabe. E sim, o círculo sempre está aberto, por isso, chove dentro da igreja.

O templo para todas as divindades do panteão romano

A parada seguinte era muito especial para mim. Era, na verdade, o meu sonho de infância nessa cidade. (Desculpa, Coliseu) Eu tava muito animada pra, finalmente, ver a Fontana di Trevi, mas nunca imaginei a minha reação quando dei de cara com ela.

Pra começar, a fonte é escondida no meio do nada. Como muita coisa em Roma, você se perde nas ruelas e becos e sai em algum lugar majestoso. É literalmente no meio de várias ruas sem nenhuma grande importância e até para quem mora aqui acaba sendo meio difícil de achar. Tai outra coisa que ninguém te fala ne? Quem vê a foto da fonte, nem imagina que ela é uma jóia no meio da cidade. Mas, sinceramente, os lugares mais bonitos que eu vi em Roma são assim, dá a eles esse ar de preciosidade, como se só as pessoas mais determinadas a encontrá-los fossem agraciadas com a visão de coisas tão bonitas.

Lugar mais lindo de todos <3

Mas essa já sou eu filosofando, vamos para informações mais práticas. A fonte é aberta, você não paga nada pra chegar lá e jogar a sua moedinha, na esperança de voltar a Roma. Sim, a lenda é verdadeira (pelo menos essa parte) e a fonte é repleta de moedas de todos os lugares. Inclusive, joguei euro e real, agiliza essa volta ai, Fontana di Trevi!

Pra mim, foi emocionante desde longe, quando tudo que dava para ouvir dela era o barulhinho da água caindo. Foi o primeiro - ok, talvez o segundo - lugar que me emocionou de verdade e eu senti os olhos encherem de lágrimas. Já disse antes que viajar é realizar sonhos, certo?

Só não pense que vai ser fácil, milhares de outras pessoas estão tentando chegar perto e conseguir uma foto do melhor ângulo da fonte. Outra dica é que, segundo a Ariela, a fonte é maravilhosa a noite, iluminada. Porém, nós estamos no verão, os dias são muito mais longos e só começa a escurecer às 21h. Se você preferir esperar, não tenho dúvidas de que é lindo mesmo!

Foi difícil sair dali e partir para a nossa próxima parada: o Hard Rock Café. Não é exatamente um ponto turístico, mas, como é um bar que tem no mundo todo, é sempre uma curiosidade legal. O de Roma não é nem de longe o mais suntuoso ou mais cheio de bugingangas de rock, mas vale a visita. Só não se anime muito para comer por lá, os Hard Rocks têm fama de serem muito caros.

Vou abrir um parêntese aqui só pra contar a história de como as coleções de guitarras e coisas dos roqueiros dos Hard Rocks surgiram porque eu acho muito legal, e pouca gente conhece:

Olá Hard Rock Café!


"A coleção começou por acaso, já em 1971, quando Eric Clapton, que era frequentador assíduo do restaurante original, em Londres, doou espontaneamente uma guitarra autografada ao restaurante. O instrumento foi colocado em exibição no local, e, ao ficar sabendo do fato, o roqueiro Pete Townshend, doThe Who, enviou ao restaurante uma guitarra autografada sua acompanhada de um bilhete que dizia: "A minha é tão boa quanto a dele! Com Amor, Pete" (Mine's as good as his! Love, Pete.)."


Ok, hora da última parada! (meus pés agradecem)

Lembrando que, todo esse percurso foi feito a pé. Cada vez que a Ariela abria o google maps (que a gente usa muito pra andar por aqui, aliás) e via que a próxima parada tava a 780m ou 850m de distância, dava vontade de chorar. Mas aproveite o passeio por Roma, você acaba andando muito sem nem perceber, justamente porque vai vendo coisas lindas o tempo inteiro pelo caminho.

Chegamos, então, na Piazza Spagna. Se você, como eu, é fã da Audrey Hepburn, vai reconhecer esse lugar, ele foi um dos cenários do filme "Roman Holiday" ou "A princesa e o plebeu". Tava tão animada pra ir até la, que fui percebendo, no caminho, que os romanos também são muito orgulhosos de ser cenário de um filme da Audrey. Você encontra imãs e posters dela por toda parte!

A Audrey Hepburn pisou aqui. Zerei a vida!


A escadaria que é, de fato, a parte mais famosa, estava fechada para reformas. Sério, parem de reformar Roma! Mas, ainda assim, é um lugar muito bonito. A praça chama "Spagna" por conta do consulado espanhol que fica logo ali. E, honestamente, é pura ostentação. Se você nunca viu uma loja da Channel, Prada, Dior, Valentino, Bvlgari... aqui, vai ver todas elas em um lugar só. Meu novo objetivo de vida vai ser "ser rica pra comprar na Piazza Spagna".

Fim do roteiro do dia e muito cansadas, nos arrastamos até o metrô para voltar para casa. Turistar cansa! Nunca esqueça disso, mas em Roma tudo vale a pena.




quinta-feira, 12 de maio de 2016

O dia em que eu vi o Papa!

Quando eu vim pra Roma, não sabia exatamente qual seria a minha reação... com tudo! Com a cidade, com as pessoas, com um idioma que eu não domino. É interessante falar que a ideia que a gente tem é, muitas vezes, exagerada. Um sonho do que seria a Itália, que ignora as falhas do lugar. E a Europa também tem falhas, amiguinhos... Não se iludam.

Mas, por outro lado, você chega aqui e algumas coisas são exatamente como você imaginou ou ainda melhores. E é impossível não se emocionar.

Ontem nós fomos ao Vaticano, assistir uma audiência do Papa. Você, caro leitor, sabe bem que essa foi a segunda vez que eu cruzei a fronteira da Itália com o Vaticano, mas posso te dizer desde já que a primeira visão da Praça São Pedro, não importa de qual ângulo, não deixa de impressionar na segunda, nem, com certeza, na milésima vez.

Se você quer ficar pertinho, tem que madrugar!
Também tem gente que pensa que esse é um passeio mais católico, que não seria interessante para quem não é religioso. Essas pessoas não poderiam estar mais enganadas. Primeiro que se você veio a Roma e não foi ao Vaticano, você não veio a Roma. Segundo que Roma é, provavelmente, o lugar com a maior concentração de igrejas do mundo... francamente, o que você ta fazendo aqui? Terceiro, eu to longe, beeeeem longe, de ser a pessoa mais religiosa do mundo, mas se você não consegue apreciar a beleza, o simbolismo e a história do lugar, a força que a crença das pessoas tem e o tanto que a fé é capaz de fazer pela vida das pessoas... bom, talvez você não conseguisse compreender mesmo.

Acho que "história" é a palavra-chave aqui. Como essa sempre foi a minha matéria preferida no colégio, eu sempre tive esse fascínio em entender e conhecer o início das coisas, como elas surgiram e qual trajetória tiveram para se estabelecer como são hoje. Você já pode entender bem aí porque o Vaticano é tão importante.

Além disso, por mais que, hoje, a religiosidade não faça parte da minha vida, é difícil ignorar as raízes da infância fincadas no catolicismo. São escolhas que a gente faz ao longo da vida, mas ter sido educada dentro dessa realidade te traz uma maneira no mínimo respeitosa de encarar o Vaticano, o Papa e a magnitude de fazer parte de um evento naquele lugar.

Mas vamos para informações mais técnicas... Sempre que alguém contava de uma viagem para Roma, que tinha conseguido ver o Papa no Vaticano, parecia muito um golpe de sorte. Mas amigos, não é bem assim. Você quer ver o Papa? Todas as quartas e domingos ele aparece na praça. O que muita gente não sabe, inclusive aqui, é que não precisa de ingresso para isso! Supostamente, para essa audiência da quarta-feira, você precisaria ir a uma missa na terça e pegar uma espécie de convite. Mas dá pra entrar tranquilamente sem isso.


É realmente lindo de qualquer ângulo.
O Vaticano não decepciona.


Para quem quer ver o Papa de muito perto, essa é a melhor chance, porque ele passa de papa-móvel pela praça, entre as milhares de pessoas que chegam cedo para vê-lo. Aliás, chegar cedo também é importante se você quiser um lugar perto do altar. Nós chegamos por volta de 9h e escolhemos ficar mais atrás, porque não iríamos ficar até o final e, ainda assim, o Papa passou muito perto da gente.

Sua Santidade, o Papa Francisco


Nos domingos, ele também aparece, mas não desce para a praça. É aquele dia que ele dá um tchauzinho da varanda mesmo e, claro, você só precisa estar na Piazza San Pietro para ver. Para facilitar a sua vida, todos os horários e informações das aparições estão no site do Vaticano! Então, desde que o Papa não esteja viajando... vai lá dar um oi. Senão pelo lado religioso, você vai ter que concordar comigo que o Papa Francisco tem alguma coisa de especial, diferente de outros antes dele. É impossível não simpatizar com ele.

A audiência, então, começa por volta de 10h. Não tenho ideia de que horas termina, uma vez que todas as leituras são feitas em várias línguas, inclusive português! Foi muito legal ouvir português em uma cerimônia do Vaticano. Então, não é como se você fosse ficar muito perdido durante a cerimônia.

Outra coisa muito legal - mas isso é uma visão pessoal - é ver como aquilo mexe com as pessoas, como elas precisam de tão pouco para reafirmar a fé e continuar acreditando. Adoraria que esse espírito saísse dali e continuasse regendo a vida das pessoas no dia a dia. O mundo seria um lugar melhor.

Ainda vou voltar ao Vaticano mais uma vez, pra ver a Capela Sistina, lógico. Meu eu da sexta série que estudou  - e se encantou - os afrescos de Michelangelo jamais me perdoaria se eu fosse embora sem vê-los. Por hoje, o resto do dia ficou por conta do Foro Itálico... de novo. Já disse que eu vim aqui pra ver tênis mesmo, certo?


Foi num dia de Federer, Djokovic, Nadal, Murray, Azarenka, Roberta Vinci e Bruno Soares que eu fiz a minha primeira despedida da viagem. Ciao Foro Itálico, foi lindo! Eu espero muito voltar um dia e espero mais ainda ter a chance de viver essa atmosfera do tênis em outros lugares. Foi, sem dúvida nenhuma, tudo aquilo que eu esperava e mais um pouco. Se antes eu já mudava meus horários para acompanhar campeonatos até do outro lado do mundo, agora então...



Pra você, caro leitor... um até breve. A viagem continua.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Aventura solo: Vaticano, tênis e muuito sol

Dia de tênis! De novo? Sim. Depois de ontem eu descobri que podia fazer isso todos os dias e ser feliz. Inclusive, tem um campeonato desse por semana. Alguém me paga pra ir em todos?

Mas assim, como tênis é uma paixão minha, não vou escrever outro post gigantesco sobre isso. Ao invés disso, vou contar pra vocês do meu dia andando sozinha em Roma. Quem foi o louco que me deixou fazer isso? Pois é. 

Mas se você for pensar bem, eu tava repetindo o trajeto do dia anterior, quão idiota você teria que ser pra conseguir errar isso. Not this time! Acho que eu expliquei em outro post sobre as linhas do metrô, certo? Elas indicam não só as estações como qual a atração mais próxima, o que é uma ajuda enorme! 

Anyway, desci na estação na rua de casa (uiuiui, se sentindo nativa já) e peguei a linha A até a Ottaviano. De lá, eu precisei fazer uma escolha. Na verdade, eu tinha acordado com essa ideia, mas tudo dependia da hora que eu conseguiria sair de casa, pra não chegar muito tarde no Foro Itálico. Veja bem, você dá liberdade pra pessoa, ai ela vai lá e abusa. Mas enfim, a Kamilla até pensou em esperar para cumprir o conograma direitinho. A jornalista curiosa não aguentou. 




Subi na saida da estação e, ao invés de seguir à direita, virei à esquerda. O que eu pensei que fossem só duas quadras, viraram uma distância gigantesca! Aliás, isso é uma boa dica: é difícil se orientar por quadras em Roma, normalmente elas não tem um tamanho certo. Aí você anda, anda, anda, anda e quando pensa que já andou tudo, andou só uma quadra. 

No meu caso, era uma rua extremamente turística. Se você me segue no snapchat, viu o motivo. Por isso, além das milhares de pessoas, entre locais e turistas, tem muita gente oferecendo passeios e guias... em todas as línguas que você possa imaginar. Italiano, inglês, espanhol e posso jurar que um até arriscou um português no meio do caminho. A dica é: não se preocupe em ser educadinho, só continue a nadar...

Não tem erro, em linha reta você vai passar por um portão de ferro, por onde vários carros de funcionários passam. Foi hilário, inclusive, ver uma freirinha dirigindo um carro enorme (que, aliás, não é muito comum por aqui também). Mas pera, Roma e lugar turístico onde freiras estão entre os "funcionários"? Sim, senhoras e senhores, eu estava a pouquíssimos passos do Vaticano.

Praça São Pedro, Vaticano

Não é nenhum exagero quando alguém te conta que o lugar é majestoso. Antes mesmo de passar pelo muro que "divide" Roma do Vaticano já é impossível não soltar alguns "UAU", com cara de bobo. As pilastras e colunas são gigantescas! Nessa rua que eu entrei, você chega pela lateral da Praça São Pedro, então dá para ir absorvendo com mais calma toda aquela suntuosidade. Mas, como eu não ia passear aquilo tudo nesse dia, acabei fazendo uma versão rápida. Andei toda a lateral até ficar de frente para a basílica. Amigos, você ver na internet já é impressionante... estar ali é apenas surreal. Você poderia passar uma vida inteira naquele lugar e, provavelmente, nunca decorar todos os detalhes.

Tênis do dia
Mas falemos de detalhes quando eu realmente entrar lá e ver tudo. Não sei se o coraçãozinho vai aguentar tanta emoção. Mas se aguentou ver o Federer, suponho que vá se sair bem nessa também.

Falando nisso, uma versão pocket do resto do meu dia de volta ao Foro Itálico: Federer, Nadal, brasileiros, Venus e Serena Williams, John McEnroe e uns jogos INCRÍVEIS de acompanhar. Sério, é que eu amo muito, mas vale muito a pena dar uma chance pro tênis. 

Na volta, a Ariela tinha insistido em me esperar na saída por causa dos horários dos ônibus, que, durante a semana, param de rodar muito cedo. Gente, sério, qual o problema dessa gente???? No final, com aquele 1% de bateria e sem wi fi (a maioria das cidades da Europa - segundo a Ariela que conheceu grande parte delas - tem wi fi gratuito na rua. ~sonho~ menos... Roma)

Algum dia vou fazer um post só de coisas que ninguém te fala sobre Roma, que você só descobriria se morasse aqui. 
Por enquanto, adivinha quem já está quase atrasada pra sair de novo?

Arrivederci!

Um passeio pela história

Esse, provavelmente, era o dia que todo mundo tava esperando. Eu sei, acredite, tinha pressão até em casa, da minha irmã. E siiim, o Coliseu é maravilhoso! Mas gente, quando você vem aqui mesmo, é muito diferente do que a gente imagina!

Sempre tive essa impressão de que a gente vê muito o monumento e pouco o que tem volta dele. Pois muito bem, o Coliseu é muito, MUITO no meio da cidade. É quase como o Teatro Amazonas, em Manaus, que você passaria de carro ou ônibus o tempo todo. Daí, para nós turistas, tem a opção de chegar de trem. A estação 'Colosseo' é literalmente na mesma rua. Você sai da estação e já dá de cara com ele, não da nem tempo de se preparar. Mas, como a Ariela já tinha me avisado, deixei a câmera pronta pra registrar a primeira imagem do anfiteatro.

É bem assim, quando você menos espera
Já tinha passado por lá outro dia, mas é emocionante! Eu sentei na praça logo em frente só pra admirar, primeiro. Sempre desconfiei que eu tenho um pedacinho de arquiteta frustrada. De qualquer forma, entrar no Coliseu é bem simples. Você tem duas opções: sozinho ou com guia. Sozinho, você paga 12 euros para entrar no complexo (que inclui o Coliseu, o Foro Romano e o Palatino). Em grupo (que pode ser formado ali na hora mesmo, tem vários guias, de várias linguas diferentes lá na frente tentando juntar gente), você paga 25 euros, os 12 pra entrar mais o resto pelo guia.
Aqui, se você realmente fizer questão de um guia, ok. Mas por 6 a 8 euros, você pode alugar um audioguia ou um guia em video para entrar lá.

Eu não usei nada disso, então tinha só o meu conhecimento sobre o lugar e as placas explicando a história pelo meio do caminho. Mas olha, se você gostava minimamente de História na escola, é impossível não se sentir mexido andando no Coliseu. Acho que eu nunca conseguiria explicar a sensação, mas é como se todos os seus livros, de repente, ganhassem uma versão em 4D. De repente, parece que você consegue reconstruir o Coliseu e ver, literalmente ver, como eram as coisas ali. Posso voltar nessa cidade milhares de vezes, mas sempre vou fazer questão de voltar lá.

Saindo de lá, você parte para o Foro Romano, logo ao lado. Uma dica: passa também pelo arco que fica na parte de trás da praça. É lindíssimo!

Todos os arcos têm a parte de dentro trabalhada,
por isso, mais do que passar por ele, vale
a pena chegar perto
No Foro, você entra com o mesmo ingresso do Coliseu. Passa de novo por um raio X e começa o caminho. Para resumir, é como se fosse uma praça IMENSA cheia de antigos templos romanos e construções A.C. Claro que ta tudo em ruínas, mas é um tempo tão antigo, que você pode facilmente imaginar pessoas andando por aí de lenços e túnicas brancas.

Pra não dizer que são todas ruínas, alguns templos estão incrívelmente conservados. É a mesma sensação que eu tenho com o Coliseu, tipo: Como esse negócio continua de pé???? Os amigos arquitetos talvez saibam explicar essa bruxaria da arquitetura romana, eu certamente adoraria saber.

Enfim, o Foro e o Palatino são juntos. Você anda de um para outro, sobe escadas, desce escadas, entra nos escombros e caminhos que ficaram. É incrível! Você pode andar no espaço praticamente todo! Prepare os pézinhos, porque é uma boa caminhada. Uma boa dica também é usar um tênis bem confortável, se possível, daqueles de corrida mesmo. O chão é todo de pedra e muito irregular, é mais seguro andar olhando pra baixo, inclusive, pra não se machucar. Se quiser ver alguma coisa, pare!

Essa é a vista já do outro lado, do alto do monte. Olha o Coliseu
lá atrás!
Nesse caminho, você consegue chegar até a praça do Capitólio e vale muito a pena! Eu acabei não indo até o final porque não aguentava mais subir coisas, mas vão! Depois acabei passando por ela, porque nós, eu e a Ariela, fizemos um passeio pelo caminho de fora. E... todos os caminhos levam a Roma. Literalmente.

Voltei para a praça do Coliseu, onde marquei de encontrar a Ariela às 15h, pra gente tirar umas fotos, andar um pouco por ali, já que, trabalhando, ela não conseguiria fazer o passeio comigo. Também, morando aqui, quantas vezes ela deve ter feito isso?

Saímos, então, na direção do complexo judiciário romano. Se você imagina uns prédios modernos e gente de terno... pense de novo. Mais ruínas e uma sucessão de antigos prédios importantes onde as pessoas eram julgadas.

Vamos ser realistas, se você não gosta de ruínas, Roma não é o seu lugar. Mas se você gosta de imaginar, vai amar esse lugar. O espaço do complexo é, como tudo nessa cidade, GIGANTESCO. Sério, os italianos tem algum complexo de grandeza que eu ainda não consegui descobrir.

Nesse primeiro 'prédio', tem uma arquibancada pra você sentar e contemplar a vista e olha, além do descanso depois de muita pernada, é um momento encantador do passeio, você consegue facilmente reconstruir o espaço e imaginar como era o auge do complexo judiciário de Roma.

Seguimos dali até o Victorio Emmanuelle (ou Altare de la Patria), que é o prédio preferido da Ariela em Roma, e talvez acaba sendo o meu também. Além de suntuoso, gigantesco e lindo, lindo, lindo, ele também é o paraíso para quem, como eu, ama simetria. Simplesmente perfeito!

Logo de cara, você vê uma estátua de um homem em um cavalo (bem comum na cidade, ok), mas, segundo a Ariela, esse específico é tão grande, que antes dele ser exposto na fachada do prédio, aconteceu um jantar... dentro do cavalo!!!! Italianos... por que?

Esse é, provavelmente, o prédio mais bonito da cidade.
E olha que a concorrência é grande!

O prédio é, basicamente, um museu da guarda italiana. Se você se interessa por isso, lá, vai encontrar as armas, espadas, roupas e todos os aparatos militares. A exposição é paga, custa 5 euros, salvo engano, mas é bem pequena.

Se você resolver passar direto por ela, pode ir no terraço do prédio e até no teto! Sério, já falei sobre a mania de grandeza, ne? De qualquer forma, a vista do terraço é linda! E você tem painéis identificando as cúpulas e prédios visíveis de lá também. São muitas, sério, surra de cúpulas!

A nossa última parada do dia foi a Piazza del Campodoglio, projetada por Michelangelo. (sdds aulas de história) Lá dentro você vai encontrar outro museu que, sinceramente, nós não entramos, então não sei quanto custa para visitar. Pra mim, a grande atração foi mesmo a praça. Sentamos ali para descansar um pouco e olhar em volta. Roma é ainda mais linda por isso, as muitas praças ficam lotadas, mas elas nunca são só passagem, já que os turistas e os próprios romanos adoram esses lugares de contemplação. Certamente pra relembrar a sorte que têm de morar num lugar como esse.

Muito amor pela cultura dos europeus de sentar nas praças pra descansar!

Não sei se é assim pra todo mundo, mas como eu sempre tive uma ligação muito forte com história e artes, andar por Roma é como andar em um livro pop-up. É como se as minhas aulas do colégio ganhassem vida. Acho que hoje eu entendo melhor a Sofia, (Mundo de Sofia) e é tão maravilhoso quanto eu imaginei lendo o livro.

Se vocês tiverem a chance, venham a Roma. Nem pensem duas vezes. Eu, hoje, me peguei pensando o que eu devo ter feito de tão bom nessa vida ou em alguma anterior para ter a chance de estar aqui agora. E a viagem ainda nem acabou!!

Mas fica aqui a minha maior dica de toda essa aventura: venham a Roma.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

O Foro Itálico e o primeiro encontro com um ídolo

Sabe aquela ideia de que viajar é a realização de um sonho? Não é mentira. Viajar é a porta de entrada pra que muita coisa vire realidade. Suas curiosidades, sua maturidade, sua desenvoltura com o mundo e com pessoas absolutamente diferentes da sua realidade.

Até a Ariela empolgou!
Roma nunca foi minha 'cidade dos sonhos'. O que não quer dizer que ela tava fora da minha lista, pelo contrário, era uma das minhas paradas pela Europa, com certeza. Mas essa viagem para cá aconteceu mesmo com outros propósitos, Roma só aconteceu de ser a cidade onde tudo estava marcado: a minha amiga morando aqui e o torneio internacional de tênis acontecendo na cidade. 

Já falei aqui como eu encontrei a Ariela dias atrás, então esse post vai ter muito tênis sim! Se você não gosta ou realmente não se interessa, fica aqui mesmo assim, o lugar também é lindo, como tudo em Roma. As fotos ou a minha empolgação podem acabar te conquistando, como, aliás, fez com a Ariela.

A programação do dia era mesmo chegar ao Foro Itálico. Como era domingo, a Ariela ainda não precisaria trabalhar e ia me acompanhar. Acredite, ela tava mais animada do que eu!! Absurdo! Mas calma, isso mudou depois, lógico. 

Saímos de casa - atrasadas, pra variar - para pegar o metrô aqui mesmo na rua e embarcamos na linha A que é a mais nova de Roma (mais nova, não quer dizer que não seja velha mesmo assim), e é a linha que passa por quase todos os principais pontos turísticos da cidade. Em cada estação está indicado o que fica mais perto. Enfim, algumas estações depois, descemos na Otaviano, uma das estações do Vaticano!!!!

Não tava real preparada para isso e quase consegui não ver o lugar. Juro. Subimos a rua e viramos à direita para pegar um ônibus. E aí eu olhei pra esquerda... Olá praça São Pedro!!!!! Sério, é impossível estar preparado pra esses momentos, eles são muito repentinos! Você ta la fazendo outra coisa e, de repente...
Mas já falei aqui sobre o Coliseu, queria encontrar esses monumentos com emoção! Num dia que eu realmente estivesse procurando por eles. Então sim, dei as costas ao Vaticano por um tempo e segui para o ônibus. 

Agora, você acha que os ônibus no Brasil são lotados e mal cuidados... Roma não é diferente. Era domingo, a cidade está cheia de turistas e os próprios romanos adoram passear por aí também. Quem pode culpá-los?

Ah, tem mais um detalhe. Se você ainda tem dúvidas de que os italianos são loucos por esporte, nesse domingo começava o campeonato de tênis, no mesmo complexo, o Roma jogava com o Chievo, no estádio Olímpico e nas caixas de som do Foro Itálico um narrador gritava a plenos pulmões uma corrida de automobilismo. Ufa! Como eles conseguiam entender tudo? Não sei.

Enfim, chegamos ao Foro Itálico que é praticamente um lugar que eu "conheço" desde o berço. Quando eu tinha 6 meses de idade, meu pai veio pra Roma para o Mundial de Natação e as piscinas também fazem parte do complexo. Agora você pode imaginar o quão gigantesco é o lugar, certo?

Passar pela entrada foi fácil, apesar da confusão de italianos e fãs de tênis e futebol se dividindo. Logo na entrada, você já dá de cara com a Grandstand, que seria a segunda maior quadra do torneio. Majestosa! E eu já tava querendo chorar só de olhar para ela. A revista na entrada também é bem tranquila e, no geral, todos são muito gentis com você. 

Depois desse ponto, para mim, foi série de "sonhos tornados realidade" cada vez que eu reconhecia algum ponto que, há anos, via pela televisão. Nossos ingressos eram para a Quadra Central e nos dirigimos para lá, para ver o jogo de abertura: Feliciano Lopez x Kevin Anderson. Longe de ser um mega jogo, mas, ainda assim, eu via esses caras na tv toda semana!!!!!!

O jogo durou dois sets e, como o segundo era bem menos animadinho, resolvemos andar e conhecer o lugar. Como tudo na Itália, grande parte da praça era composta por todos os tipos de restaurantes possíveis, de massa a hamburguer. Além disso, tem algumas lojas de artigos esportivos e stands de marcas patrocinadoras que você pode brincar e ganhar brindes. 

Posso dizer que eu não puxei o gosto por esporte dos meus pais, ambos ex-atletas e professores de educação física. Mas a veia esportiva, com certeza! Não tem nada mais legal do que fazer parte de um evento esportivo, não importa o esporte. É um ambiente apenas incrível, diferente de qualquer outro tipo de evento. Quer dizer, não sei jogar, mas me chama pra assistir/torcer que eu vou com certeza!

Mas enfim, o espaço é grande e andamos, andamos, andamos e chegamos até onde estavam fazendo um jogo para as crianças. Isso é outra coisa que eu adoro no tênis, eles sempre fazem programações para os pequenos e tem até um dia exclusivo para eles. Uma fofura!

De repente a gente foi chegando perto e PÁ! Olha o Raonic!! Olhei para a esquerda e AI MEU DEUS, olha o Benneteau!! A Teliana Pereira! OLHA O BERDYCH SAINDO! 

Ok, deu para perceber que eu já não tinha mais compostura nessa altura, certo? A gente tava do lado da área dos jogadores!! Podia acampar ali que, provavelmente, veria muita gente. Mas eu tinha uma missão. Olhamos a programação e descobrimos que o Roger Federer ia treinar às 17h da tarde. Por isso, não importa o que a gente fizesse, às 17h eu estaria sentadinha na quadra 5 esperando. 

Assim, você tem um ídolo? Qual seria o seu sentimento eu saber que estava a poucas horas de encontrá-lo em carne e osso? Eu não sei brincar desse negócio de admirar alguém, eu viro logo fã número 1, que sabe tudo e quer ver cada detalhe. Veja bem, nunca na vida eu achei que ia ter chance de ver o cara ao vivo.. dá um desconto.

A ideia, então, era pegar alguma coisa para comer e seguir para a quadra de treino. O que nós fizemo
s por volta de 15h. Pode parecer cedo já que a quadra era aberta e de graça. Mas acredite, nós conseguimos os últimos lugares para sentar. No dia anterior, o Federer (que é um dos principais jogadores do circuito e da história do tênis) tinha enchido a Quadra Central (a maior quadra de todas!!) treinando. Amigos, treinando.... não tem nem emoção! Mas todo mundo queria ver o cara. Só posso amar quem ama o Federer tanto quanto eu. 

Ficamos por ali e ainda vimos o Berdych treinando por umas duas horas, depois um jogo feminino entre Vesnina x Riske. E nada do Federer chegar. Vou poupar vocês dos detalhes que, se você me segue no snapchat, viu bem ontem. O cara atrasou UMA HORA. Oh Federer, melhore! Você é suíço e patrocinado pela Rolex, arruma um relógio pelo amor de Deus! 

Claro que, nessa altura, todos os outros jogos e treinos em volta tinham acabado e a quadra continuava lotada à espera de Sua Majestade (não é ironia, esse é realmente um dos apelidos dele). Federer chegou, foi aquela comoção geral e começou a bater bola com o treinador Ivan Ljubicic (obrigada google). E assim foi por mais meia hora. Sem nenhuma emoção, sério, era um treino! Mas ninguém arredou o pé dali. Esse é o tamanho da importância que o cara tem para o esporte. E também, considerando as últimas desistências dele em torneios por problemas de saúde, essa talvez fosse a única chance de vê-lo por ali. Triste dizer isso, porque eu torço muito para que ele continue ganhando e sendo o maior de todos. 

Meia hora depois, acabou o treino, Federer acenou para a platéia, deu um sorrisinho e saiu. E nós decidimos voltar para a Quadra Central e ver o último jogo do dia. Assim, chegamos no último dos três sets de David Goffin x Leonardo Mayer, vencido pelo Goffin.

A ideia era, ao final, sair dali e turistar mais um pouco pela cidade, pela Piazza Spagna, mas o cansaço de várias horas no sol e as poucas baterias nos celulares nos fizeram mudar de ideia. Saímos do Foro Itálico com a única intenção de voltar para casa e parar no meio do caminho para um gelato! Francamente, já estava ha dois dias em Roma e ainda não tinha provado o famoso sorvete! Pra minha sorte, na praça que fica a alguns metros da casa da Ariela tem algumas opções. 




Saímos do metrô pra dar de cara com um fim de festa. Aparentemente tinha acontecido um festival vegano ali. Deixando para trás os muitos cachorros que caminhavam por ali com seus donos e uma apresentação (bem ruinzinha até, desculpa italianos) de dança do ventre, chegamos à gelateria Conforti. Foram os 3 euros mais bem gastos da vida! Chocolate meio amargo, limão e morango. Já sabia que os gelatos são feitos com as frutas de verdade, mas gente... é infinitamente melhor do que a gente imagina. Em Manaus abriu uma gelateria, recentemente, no Manauara. Vão lá experimentar!

O dia já ia caindo quando a gente chegou em casa e eu descobri que tinha virado um tomate! O frio da manhã engana e o sol foi tão quente quanto Manaus. Já aprendi, nada de sair sem protetor solar. Ouch.

Por hoje chega, certo? To quase atrasada para sair de novo. (Sério, quando vou conseguir sair na hora nessa cidade??)

Até amanhã!

domingo, 8 de maio de 2016

Finalmente Roma, um reencontro e um encontro surpresa

A primeira refeição na Europa - que só seria em Roma hehe
Roma é uma cidade linda!
Precisava dizer isso antes de começar porque é exatamente o que faz todo o resto valer a pena.

Onde paramos? Ah sim, uma noite de riqueza em Madrid. Mas, ainda assim, sobra espaço para um ou outro problema... nesse caso por culpa minha mesmo. 
Imaginem vocês o cansaço de 10 horas de voo, misturado com um jetlag terrível! Resultado: quem dormiu demais e perdeu o jantar do hotel? Eu mesma.
Pior ainda, que tal ainda curtir essa fome durante a madrugada sem conseguir dormir?
A unica coisa que me confortou foi conseguir falar com a família que, por conta das seis horas de fuso, estava em um horário decente e acordado do dia.

A saída era, então, esperar pelo café. O hotel disponibiliza para você uma espécie de cartão, no qual você preenche o que quer comer e designa um horário para que isso seja entregue no seu quarto. O único trabalho que você tem é pendurar o cartão na porta do quarto e voilá!

Mas caso você seja eu...

Precisava pegar o transfer para o aeroporto por volta das 7h, já contando com os 20 minutos até lá, mais um tempinho para fazer check-in e despachar a mala de novo. Por isso, programei o despertador para as 6h e o café para 6h - 6:30. Até aí, tudo bem, acordei, terminei de fechar a mala e esperei... esperei... esperei... inclusive continuo esperando esse café da manhã chegar. Se alguém souber dele...

Sem muito tempo para lamentar e muita fome, parti pro aeroporto para FINALMENTE ir para Roma. Sério, não duvido que Madrid seja uma cidade linda. Infelizmente não foi dessa vez que eu tive a chance de conhecer, mas minha animação só voltou mesmo na fila de embarque.

E aqui preciso destacar, tem duas coisas muito incríveis de se pousar em Roma: primeiro, você vê o mar e essa sempre é uma visão incrível, não importa quantas vezes você tenha visto na vida. Em segundo lugar, você consegue ver o contorno da 'bota'!!!  Vai dizer que você nunca duvidou de que a natureza tinha sido realmente tão caprichosa de inventar o calçado milhões de anos antes do ser humano sequer usar sapatos?? E sim, realmente parece uma bota e é lindo demais!

Pouso em Roma autorizado! E vale contar mais um detalhe: vooei de Iberia nesse último trecho, uma companhia espanhola, parceira da Latam. Por mais que seja uma companhia de pequeno porte, bem low cost para viajar pela Europa, eles têm um diferencial que eu, particularmente, achei incrível: sabe quando o piloto abre o microfone para dar as informações de voo? O piloto da Iberia tinha toda a intenção de, não só fazer o trabalho dele, mas também de ser amigo dos passageiros <3 Inclusive parecia mais empolgado que metade de nós. Genial!

"Sobre o clima da cidade, meus parabéns! Vocês escolheram um belo dia de primavera para chegar a Roma"

"Atenção senhores passageiros, sejam muito bem vindos a Roma. A cidade é muito linda, fico muito feliz que vocês vão poder desfrutá-la"

"Nós pousamos em Roma com quatro minutos de antecedência. Parece pouco, mas, para nós, é muito importante, porque prezamos pela pontualidade no nosso trabalho"

O resultado não poderia ser outro, certo? Palmas para o piloto durante quase todo o pouso. Como não amar os espanhóis? Sério, a gente ouve muito que os europeus são extremamente frios e distantes... isso provavelmente é verdade em alguns lugares e varia muito de país para país, mas os espanhóis são latinos, certo? Como um povo que compartilha um mínimo de qualquer coisa com o Brasil vai ser frio e distante? Pelo contrário, fui muito bem tratada enquanto estive lá e sou muito grata por isso. Estando sozinha, com um péssimo espanhol (de novo, não façam isso, portunhol até te salva, mas saber com propriedade a língua de onde você está te permite ter um controle maior da situação e, convenhamos, é tão parecido com português que deve ser simples de aprender), isso foi essencial.

Enfim, finalmente em Roma, mas a missão não acabava por ai. Tinha combinado com a minha amiga (oi Ariela!) de encontrá-la na estação Tuscolana, próximo da casa dela. Então, desci no Fiumicino e segui as placas do aeroporto com o símbolo do trem. A estação é vinculada ao terminal 3 e lá mesmo você consegue comprar os bilhetes, seja no atendimento automático, seja no balcão. O processo todo é muito simples e os trens saem com uma regularidade de 15 em 15 minutos, no caso do Leonardo Express ou 20 em 20 caso você pegue o trem urbano.

No meu caso, não compensava pegar o Leonardo Express (claro que, em Roma, a primeira referência seria a um grande pintor, ne?), porque ele parte direto para a Termini (estação central), sem paradas. Peguei então o trem regular, como eles chamam. Paguei 8 euros, mas esse número pode variar de acordo com a sua parada. 
Boemia romana
Chegar na plataforma do metrô também é muito simples. Pesquisando antes, li muito que algumas pessoas tinham dúvida, mas todas as placas estão lá. Se eu achei, você acha também. Outro ponto importantíssimo, você precisa validar o ticket em uma das máquinas automáticas que ficam ao lado da plataforma. Não que exista uma fiscalização regular, mas se um agente de trem te pegar sem o ticket validado, você pode acabar com uma multa de pelo menos 60 euros. Isso vale para todos os transportes por aqui, muito embora os romanos não liguem muito para isso e acabem não pagando ônibus... Sério.

Desci na estação Tuscolana por volta de 14h e vale um adendo: nenhuma dessas estações menores têm escadas rolantes. Aparentemente os italianos acham força no braço é uma qualidade universal. Por isso, se você tiver uma mala grande e pesada... sim, subir e descer escadas vai ser difícil. 
Encontrei a Ariela pouco depois de desembarcar, depois de uns 10 minutos de espera e um quase desespero porque a gente não tinha realmente como se falar, caso atrasasse ou se desencontrasse. 

Como vocês podem imaginar, tudo deu certo. (pelo menos uma vez) Chegamos em casa, a umas 4 ou 5 quadras da estação e eu tive a minha primeira refeição decente na Europa: macarrão, logicamente, com molho branco e bacon. Foi um momento de extrema felicidade, acredite.


Moderninha hein


O dia de passeio acabou sendo cortado pela metade, já que eu cheguei tão tarde. Mas amigos, quando, às 21h você ainda consegue ver sol, a noite é tão eterna quanto a cidade. Saímos em torno das 18h para a Trastevere, onde encontraríamos alguns amigos da Ariela. No Trastevere você vai encontrar vários bares e restaurantes e é um bairro tipicamente italiano, daqueles que a gente vê nos filmes. Foi a primeira vez que eu reconheci a Itália que eu "conheço". A sensação é muito legal, parece que tudo se encaixa perfeitamente para formar um cenário de filme onde quer que você olhe. Até a porta mais pichada, a fachada mais mal cuidada parece bonita.

La prima pizza
Por conta da primavera, a cidade também está coberta de flores, o que ajuda a suavizar a dureza da arquitetura e das esculturas pela cidade. É uma visão encantadora. 
Enfim, como a gente já tinha conversado um tempo, a Ariela tinha me falado desse restaurante o "Carlos Menta" que eu TINHA QUE experimentar... Foi exatamente o que eu fiz e senti o primeiro gosto de uma pizza italiana, por 3 euros. Ela já tinha me avisado e desmentido muita coisa sobre aquela ideia de culinária maravilhosa que a gente tem da Itália, mas a pizza era boa. Não é a melhor pizza que eu já comi na vida, provavelmente a do Coliseu, em Manaus (irônico, não?) é até melhor. 

Seguimos dali pelas ruelas da Trastevere na busca de um lugar que ainda tivesse petiscos e happy hour. Em Roma, aparentemente, os bares não ficam abertos até muito tarde e é possível que, as 20h, alguns já estejam fechados... num sábado. 

As ruas são exatamente como os filmes, muito estreitas, e os carros passam em uns espaços que você nunca imaginaria que eles passariam. Todos os lugares também, os italianos conseguem enfiar um número impossível de pessoas num espaço ridiculamente pequeno. Acredite.. ainda não descobri a mágica.

Enfim, mais 3 euros em vinho depois... o sono já tava muito equivalente ao fuso horário local e era hora de voltar para casa. Outra coisa interessante, é que Roma é uma cidade muito viva. Onde você vai tem milhares de pessoas, de todas as idades a qualquer hora. Por isso mesmo, andar por aqui de madrugada é extremamente tranquilo. Que sonho se no Brasil fosse minimamente parecido. 
Mas não se engane, tem coisas ruins aqui também, mas isso fica para outro post.

Já me alonguei demais, com tantos detalhes, mas, antes de terminar, adivinha quem eu encontrei, por acaso, na volta para casa, assim sem nenhum preparo emocional? O Coliseu!!!!!!!
O surto fica só por conta das exclamações mesmo. Acho que ter andado com gente que mora aqui e, portanto, tem uma visão bem mais acostumada da cidade, ajudou. Mas com certeza a minha reação passando por lá de novo vai ser diferente. #vemColiseu!

Buona Notte, Roma. Bom dia, Brasil. Até amanhã!